Se você adora jogos a ponto de querer aprender a desenvolvê–los, a hora é essa. O mercado está crescendo, mais de 20 instituições oferecem opções e há seis cursos superiores com vagas abertas.

Por Alessandra de Falco

A revista canadense Game Developer magazine acaba de publicar seu Guia de Carreira em Games 2005 com conselhos para estudantes e profissionais da indústria de games. O guia responde à pergunta, por exemplo, sobre quais são as oportunidades para os profissionais de games e ainda destaca uma lista das escolas especializadas em games e seus programas.

No Brasil, apesar da indústria de games ainda ser incipiente, empresários e especialistas do setor estão investindo cada vez mais na criação de novos cursos na área. Já são 21 instituições com pelo menos 53 cursos entre online, técnicos, graduação, extensão e pós–graduação. Quase 60% dos cursos superiores concentram–se no Rio de Janeiro, em seguida em São Paulo e Pernambuco (veja infográfico.

Seis instituições de ensino superior estão com vagas abertas para cursos que começam este semestre, como o curso de extensão Game Design Básico, da Metrocamp, em Campinas/SP. De acordo com Márcio Dantas, docente do curso e coordenador de produtos da desenvolvedora Délirus Entertainment, o curso dará maior visibilidade ao mercado de games e à necessidade da profissionalização na área e da criação de novos cursos. A procura pelos cursos em games é crescente, segundo Cristina Araújo, coordenadora do T&T, Rio de Janeiro/RJ: “A cada dia a população tem obtido mais informações sobre esse grande mercado de trabalho”, afirma.

Os cursos em game focam desde estudantes, profissionais da área, programadores e artistas até entusiastas pela área de criação de jogos. Alguns são para iniciantes, outros já exigem pré–requisitos. Em geral, oferecem desde aulas expositivas, práticas em laboratórios, oficinas, palestras com profissionais da área até análises de jogos e bibliotecas especializadas.

Os cursos que focam programação de jogos, por exemplo, são voltados para aqueles que possuem pelo menos conhecimentos básicos em computação. Os cursos de longa duração abordam o mercado de jogos e todo o processo de produção dos games (concepção, projeto, arte visual, sonorização, programação e marketing). De acordo com André Penha, diretor executivo da Délirus, os cursos são uma oportunidade para formação de profissionais especializados que ainda não existem em quantidade no mercado.

Os cursos voltados para programação de jogos focam, por exemplo, programação C++, uso de Inteligência Artificial e arquitetura de engine. Já os cursos voltados para as artes em games focam desde design e modelagem de cenário e personagem até iluminação e texturização. Os cursos de game design especificamente focam a criação de roteiros para jogos.

Os docentes são especialistas, mestres, doutores e empresários de jogos do país. Vale a pena conferir a estrutura da instituição e currículo do corpo docente antes de iniciar os cursos. De acordo com Paulo Andrade, coordenador dos cursos de pós–graduação Desenvolvimento de jogos e aplicações 3D e Animação e modelagem digital, da Universidade Veiga de Almeida, no Rio de Janeiro/RJ, estes cursos destacam–se pelo corpo docente composto por profissionais renomados do mercado de games como: Luciano Augusto, Fábio Binder e professores oriundos das empresas Ignis Games, Pill Box Animation Studio, Big Jack Studio, Aqueles Caras, Artepixel, Southlogic e Tilt Online.

São diversas as oportunidades de trabalho e de negócios neste nicho de mercado. Os desenvolvedores, artistas e designers de games podem desenvolver diferentes tipos de jogos como os de entretenimento, educativos, advergames ou empresariais, para as diversas plataformas: PC, celular, web, PDA, smarthphone ou console. O profissional poderá atuar no desenvolvimento de games ou no mercado de animação, design, artes plásticas e informática. As agências de publicidade também têm percebido o enorme retorno que pode ser obtido através de campanhas que utilizam como meio os jogos eletrônicos.

Segundo Esteban Gonzales, coordenador dos cursos de games de extensão e Pós–Graduação da PUC–Rio, muitos dos que fizeram estes cursos já estão na indústria de games. Para Breno Araújo, que fez o curso técnico de Game Developer no T&T, em 2004, a criação de novos cursos de games mostra que este mercado está crescendo no país, exigindo profissionais capazes e criativos. “Para fazer jogos aprendi a programar, modelar, editar imagens, além de técnicas que exigem raciocínio lógico, o que será útil para trabalhar em qualquer área da informática”, completa.

Assistindo a demanda do mercado por profissionais de games, universidades buscam criar disciplinas eletivas focadas nesta área, por exemplo, na Escola Politécnica da USP, através do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais, foi criada a disciplina Computação gráfica, modelagem 3d e textura. Já na Unicamp, a CONPEC, empresa júnior do Instituto de Computação, através do congresso brasileiro Computação e Mercado - voltado para estudantes de faculdades de Tecnologia da Informação, Telecomunicações, Automação e Eletrônica -, promove palestras voltadas para o segmento de games. Neste ano, no evento que acontece esta semana (de 8 a 11 de agosto), a palestra aborda os jogos nos tempos da convergência PC–mobile. [Webinsider]

Fonte: http://webinsider.uol.com.br/index.p...m-vagas-agora/